Dissertação

GRAFFITI, COMUNICAÇÃO E ANTROPOLOGIA DA ARTE: os indígenas no spray de Cranio e Raiz

SILVA, Adriano Alves da. GRAFFITI, COMUNICAÇÃO E ANTROPOLOGIA DA ARTE: os indígenas no spray de Cranio e Raiz. Dissertação (Mestrado Acadêmico) - Universidade Federal do Tocantins. Câmpus Universitário de Palmas - Curso de Pós-Graduação ( Mestrado) em Comunicação e Sociedade, 2019. 183p.

Clique para acessar

Pesquisador: Adriano Alves da Silva / Orientador: André Campanha Demarchi

Resumo

O espaço urbano como arena de conflitos sociais e disputas identitárias, traz consigo o graffiti como uma das expressões de arte que eclodem como vozes nas cidades polifônicas. Dentre estas vozes, a temática indígena, que em função de discursos colonizadores, quando não são apagadas ao silenciamento, são usualmente propagadas de forma pejorativa, coadunando com estigmas e estereótipos. A trajetória da exposição da imagem dos povos originários é marcada por complexidades que contribuem significamente na forma com que se percebem e são percebidos. O objeto deste estudo vem a ser a análise da imagem indígena presente no graffiti de dois artistas, Cranio e Raiz, respectivamente. Entender sobretudo, como são expostos à livre fruição visual dos indivíduos nas cidades, bem com, os possíveis desdobramentos destas interações. A partir de um cruzamento entre os saberes da Comunicação e da Antropologia, são levantados pressupostos e métodos de análise da imagem como suporte narrativo capaz de ultrapassar a sua enunciabilidade linguística forjando assim identidades. Da comunicação, trago a Análise do Discurso de matriz francesa, embasada na intericonicidade de Courtine (2003), da antropologia da arte, embasado no que coloca Gell (2018), Lagrou (2007) e Demarchi (2013), trago os conceitos de agência, armadilhas e quimeras. São conceitos que advogam a existência da ação social da obra de arte como fenômeno coletivo distribuído. A análise comparativa dos artistas apontou para coincidências na trajetória de aprendizagem e antagonismos na forma como apresentam a imagem indígena em seus trabalhos. Por um lado, colaboram com a desconstrução de discursos opressores, por outro, correm o risco de reforçarem tais discursos, dada a polissemia de interpretações que a imagem é capaz de causar. Na fatura deste trabalho, Cranio busca estratégias de espelhamento e contra-intuitividade a partir da representação híbrida de seu personagem, fato que insere positivamente o indígena como um integrante da sociedade. Raiz busca a representação indígena marcando as diferenças. O que favorece a ideia de multiplicidade étnica. Em ambos os casos, trazem a discussão sobre o lugar do sujeito indígena na sociedade, contrariando o discurso do apagamento ideológico. E isso por si já é significativo.


Clique para acessar o slide da apresentação da defesa.

APRESENTAÇÃO DEFESA